"Se precisas que te explique, nesse caso não irás entender nunca, por mais explicações que te dê" in 1Q84
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Assumir a marmita
Entreguei-me à moda da marmita em 2008 quando trabalhava numa redacção e havia por lá um microondas. Depois, nos locais onde trabalhei a seguir era impossível aceder a tal electrodoméstico mas após alguns anos de abstenção comecei a andar com lancheira atrás. Raros foram os dias em que não levava a minha caixinha e os meus talheres. O problema residia no facto desse meu local de trabalho ser num centro comercial e tinha que fazer a refeição no meio de pessoas com bandeja dos restaurantes. Quando eu me sentava perto deles, olhavam-me de lado e espreitavam o que eu trazia na minha caixinha. Ora, ficava imediatamente envergonhada perante tanta curiosidade com a minha comida. Depois, tive que optar por ir almoçar ligeiramente mais tarde quando a zona da restauração estava já mais vazia. Só uma vez tive problemas com o segurança que me disse que eu não podia estar ali a comer. Dirigi-me então ao departamento da Segurança e reclamei. Então, agora, como logista não podia comer ali? Não roubei lugar a niguém, não estava a fazer mal a ninguém. Portanto ou comia ali todos os dias ou criavam uma zona de refeição para os trabalhadores. Nunca mais reclamaram comigo.
Zonas ao ar livre para a pessoa sacar da marmita e comer ali debaixo da sombra de uma árvore e ler um livro também não há. Lisboa é muito má nesse aspecto. Existem poucos jardins e nenhum banquinho onde uma pessoa possa estar à vontade.
Pessoas, não tenham vergonha de assumir a vossa marmita e vão para a rua comer. No estrangeiro vê-se isso em cada esquina sem vergonhas, por que é que por cá somos todos tão envergonhados?
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