quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Portugueses sem Estado em estado de choque


Ao ouvir o nosso queridíssimo, caríssimo e estimado Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, faz-me pensar na total impunidade que ele tem, mesmo tomando todas estas decisões estapafúrdias, estúpidas mesmo. 

Por pior que sejam todas as suas decisões, tudo o que manda e desmanda, ele passa por entre aos pingos da chuva.

As pessoas estão num tal marasmo, uma tal apatia, uma indiferença de tamanho incomensurável pelo que se passa com as pessoas, com todas as pessoas (não escrevo País, porque isso é muito geral, e as pessoas pensa que isso trata sempre dos outros. NÃO, falo de nós, o nosso não futuro), que mais parecem zombies e, se preciso for, ainda concordam com a austeridade que andamos a ter.

Falam agora em cortes de cerca de 5% nos funcionários públicos (mais um) que alegadamente já estava decidido há muito tempo; em cortes nas pensões de sobrevivência, das viúvas e viúvos, e vamos lá a ver a partir de que valor, esperemos que sejam a partir dos 4000 (quatro mil) euros que o Vice-Primeiro-Ministro fala.

Mas bom, há uma boa notícia, pronto, as pensões,a tal TSU dos reformados, estão safas (Ufa! ao menos que sejam outros a apanhar).

O desemprego não baixa, haja alguém que finalmente tenha falado na sazonalidade do verão que engana as contas. O IVA, o IRS.

E prepara-nos o nosso Primeiro-Ministro (ele é tão fofo, não é? ao menos avisa-nos) que a execução das medidas descritas no Orçamento de Estado pode gerar um choque de expectativas. Porque foi este mesmo choque que levou à recessão de 2012 (mas já não estávamos?) uma vez que os portugueses se lembraram de poupar em vez de consumir. Culpados estes portugueses. Estúpidos estes portugueses. Então vão poupar em época de recessão? Vão poupar para comer? Filhos da puta destes portugueses que nos estão a estragar a folha de excel. 

Mas melhor e mais estúpidos que os portugueses são os economistas e os comentadores que vêm à televisão delatar estas medidas. E ainda por cima falam sempre contra! Viram os portugueses contra nós! A culpa não é nossa! A culpa é dos portugueses que comem, que respiram, que têm uma casinha, um carrinho! É só luxos que eles têm! Só luxos! Viva a discussão de medidas e de atitudes! Viva o debate! Viva a Democracia! 

E depois vem falar de méritos e sucessos do programa? Mas qual sucesso? Matar pessoas à fome, matá-los com desespero? Sem educação e sem saúde?

Eu sei qual é o seu objectivo: é matar ou mandar emigrar a mão-de-obra qualificada (tantos anos a gastar dinheiro com a educação dos alunos para depois mandá-los lá para fora, inteligentes estes políticos) e ficam cá todos os outros que fizeram as SWAPS, as PPP, os BPN, as EDP.

Ai ai ai que temos de cumprir com os nossos compromissos com os chineses, mas com os portugueses é na boa. Eles gostam! São masoquistas!

E depois? De quem será a culpa, quem será o bode expiatório quando estas empresas afundarem o país? É que os portugueses (fracos) já foram!

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