terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Questões esclarecedoras do dia

Fiquei a saber que já não vivo acima das minhas possibilidades. Graças a esse grande finlandês Olli Rehn fiquei completamente elucidada sobre a minha vida presente.

É de facto uma questão pertinente: 

Agora que o desemprego tem valores históricos, agora que acordo todos os dias de manhã sem saber qual o novo corte que me vão aplicar, que o ordenado mínimo está na onda dos da Europa do leste, que não se via uma emigração tão elevada desde os anos 60, que a saúde está cada vez mais barata (como diz a Lei...tendencialmente gratuita... o que se nota à grande) e que sofro cortes parciais ou totais em prestações sociais.

Ah sim, e agora que continuo a acordar todos os dias de manhã a pensar qual foi a nova medida destruidora da educação que o Crato decidiu implementar.

Ou seja, agora que sou mais burra, mais pobre e mais doente até digo que, neste preciso momento, as minhas possibilidades são elevadas demais. "Shores" ministros, podem-me cortar mais um bocadinho porque a capacidades que me resta ainda de respirar sobra e sobeja!

E não, deixem lá estar o dinheirinho que arrecadaram em IVA da enorme ajuda para a campanha do Banco Alimentar guardadinho para outros assuntos mais importantes do que morrer à fome, que para ser solidário basta o tuga, o governo (que levou a esta situação) está isento. Sim, porque eu sei que vocês são bem mais miseráveis que nós.

É que ainda por cima ainda se queixam, estes portugueses estúpidos. Então não é que depois de sabermos deste mar de rosas de país no qual vivemos, veio-se a saber de um estudo que diz que os trabalhadores portugueses sentem-se cada vez menos recompensados pelo salário, devido ao seu esforço, e menos reconhecidos pelas chefias e colegas. Conclui também que existe uma maior degradação do envolvimento das pessoas no trabalho e indica riscos graves de falta de energia, sobrecarga e exaustão (O estudo, promovido pela Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional (APPSO) e que analisou quase 33.900 casos entre 2010 e 2013).

Estes portugueses são mesmo pobres e mal agradecidos pá! Xiça! Que ninguém os atura!



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