sábado, 11 de janeiro de 2014

O entulho dos canais genéricos

Durante muito tempo andei a pensar sobre o que seria o serviço público realizado pelos canais generalistas. E durante outro tanto tempo, pensava até que estavam a  fazer um bom trabalho: um bom entretenimento, concursos, notícias, novelas, documentários. Mais ou menos com peso, conta e medida.

Nestas últimas férias tive uma epifania. Tive acesso a apenas aos 4 canais da TDT e descobri o que é o serviço público. Bem, descobri pela negação, ou seja, os 4 canais genéricos são "um não serviço público".

Verifiquei que é mesmo uma porcaria. Durante a manhã e  tarde, presenteiam-nos com programas do Goucha, Júlia Pinheiro e afins em 3 dos 4 canais. À noite temos telenovelas em 2 dos 4 canais das 9h da noite às 4h da manhã do dia seguinte...

Por causa das audiências, temos de ver qual dos canais nos enfia o mesmo programa com o mais entulho possível.

Podiam diversificar, 4 programas distintos em 4 canais. Mas não, o medo de perder audiências leva-nos à "elevada qualidade".

Eu cheguei ao desespero.

Diz-se que sendo a RTP um canal público, esta é que teria a responsabilidade de fazer um bom trabalho, deixando de fora os 2 privados. De qualquer das formas, sendo estes últimos generalistas e acessíveis a todos, não deveriam deixar de ter participação no assunto. No entanto, não estão a fazer um bom trabalho.

De facto, todos os programas interessantes estão no cabo.

As televisões erram quando dizem que dão aos portugueses aquilo que eles querem ver. Mentira. Eles impingem o que querem e pronto. Os portugueses pobres têm de se sujeitar com o que há. Por vezes, não por quererem, mas porque talvez seja a única companhia.

A conclusão é que nem é necessário mudar de canal, porque são todos iguais. Muda talvez o género: um é mais pimbalhice e sensacionalismo, outro é mais pelo governo e outro é conforme cai a chuva. Ao menos nesta parte, os portugueses ainda têm hipótese de escolha, conforme os seus gostos.



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